pesquisa

sábado, 11 de junho de 2011

Japão protesta contra energia nuclear.


Milhares de manifestantes contrários ao uso de energia nuclear protestaram neste sábado no Japão, na data que marca o terceiro mês do terremoto seguido de tsunami que causou o pior desastre nuclear mundial em 25 anos, pressionando o governo a acabar com a dependência do país dessa fonte de energia.
Três reatores derreteram depois de um grande terremoto ter atingido a usina de Fukushima Daiichi no nordeste do Japão, forçando 80 mil pessoas a deixar suas casas nas adjacências enquanto engenheiros batalhavam contra vazamentos de radiação, explosões de hidrogênio e superaquecimento das barras de combustível.
Trabalhadores, estudantes e pais com crianças nos ombros fizeram múltiplos protestos em todo o Japão, mostrando seu descontentamento com a forma como o governo lidou com a crise, carregando bandeiras com os dizeres "Não às nucleares!" e "Sem Mais Fukushima".
"Se eles não entenderem a mensagem agora, o que mais pode acontecer antes que a gente pare de usar energia atômica, que provou ser tão perigosa?", perguntou Yu Matsuda, de 28 anos, que trabalha em um jardim de infância.
Ela levou seus dois filhos, um com dois e outro com quatro anos, para protestar em frente à central da operadora da usina, a Tokyo Electric Power Corporation (Tepco).
"Quero que minhas crianças brinquem ao ar livre em segurança e nadem em nossos mares sem preocupações", afirmou Matsuda, enquanto ouvia os discursos de ativistas de defesa dos direitos humanos e sobreviventes das regiões afetadas pelo tsunami.
Os protestos devem aumentar a pressão que causou o desligamento da usina nuclear de Hamaoka, em maio, e atrasos na volta da operação de reatores em todo o país após entrarem em manutenção programada até que medidas de segurança mais rígidas sejam introduzidas.
Atualmente, o Japão tem apenas 19 dos seus 54 reatores ligados devido ao desastre na usina de Fukushima Daiichi, elevando o risco de falta de energia em 2012. Muitos especialistas dizem que os riscos econômicos são muito elevados para que o Japão desligue todos os reatores.
Manifestantes furiosos, gritando "Tepco mentirosa!" e "Nos dê nossos amigos de volta!", criticaram o governo pela maneira como lidou com o desastre, que deixou mais de 23 mil mortos ou supostamente mortos e causou estragos em uma grande área do nordeste japonês.
O primeiro-ministro, Naoto Kan, que neste sábado visitou regiões afetadas pelo terremoto em memória das vítimas do desastre, sobreviveu na semana passada a uma moção de censura dizendo que vai deixar o cargo quando o pior da crise acabar.
Isso causou incerteza sobre a lisura e a velocidade da recuperação do país, já que ainda não há um acordo sobre como buscar recursos para o maior projeto de reconstrução desde os anos subsequentes à Segunda Guerra Mundial.

Nenhum comentário:

Postar um comentário